MANDIOCA
BRAVA
Olá!
Hoje continuaremos falando da mandioca. Sabemos que existem dois tipos: a brava e a de mesa, aquela que denominamos macaxeira ou aipim. Porém hoje falaremos
da brava e os processos para obtenção dos seus subprodutos.
A mandioca amarga ou brava possui
alto teor de ácido cianídrico(HCN), denominada de linamarina, tem quantidade maior que
100mg/kg, que é
extremamente tóxico ao homem e aos animais, representando um sério perigo para
saúde neurológica e provocando até mesmo a morte.
A
mandioca é originaria do continente americano, provavelmente do Brasil, ela já era cultivada
pelos índios, antes do descobrimento do país e logo foi levada para outros pontos do planeta,
se constituindo em muitos casos a base alimentar. Sua cultura está estabelecida
mundialmente principalmente nas zonas tropicais das Américas. Essa raiz é rica
em amido e utilizada na alimentação animal e humana.
Os
sub produtos da mandioca brava:
A raiz da mandioca brava tem sabor amargo
apresentando um alto teor de ácido cianídrico(HCN), sendo que a raiz sem casca
possui acima de 100mg/kg, assim, só pode ser consumida após serem processadas
na forma de farinhas, féculas, polvilho doce, polvilho azedo, farinha da
tapioca, e outros produtos que contribuem com eliminação do excesso do ácido.
Processos
da farinha de mandioca brava.
1º
passo. Muito simples, se arranca o pé da mandioca, uma pequena
árvore com bastante raízes e leva até um local chamado casa de farinha. Lá as
pessoas raspam a mandioca com uma faca para retirar toda a casca e fazer a
higienização. Esta casca pode ir ao sol servindo para fazer ração animal.
Lembro que a raiz exposta a temperatura do sol evapora o excesso do ácido
cianídrico(HCN).
2º passo. Depois
de raspada a mandioca passa por um ralador artesanal ou elétrico e vai para uma
caixa de madeira para ser prensada. Esta caixa tem uma tampa que prensa a massa
até ficar seca. Da massa prensada é retirado todo o liquido leitoso de onde extrairemos
a goma e o tucupi.
3º
Passo. A massa já quase seca será peneirada para ficar fina e
ir ao forno ou alguidar
- este é um local redondo com uma chapa em cima e
embaixo coloca-se madeira e faz um fogo brando para esquentar a chapa, uma
pessoa vai adicionando a massa peneirada devagar e outra pessoa com um rodo,
mais ou menos parecido com aquele rodo de cozinha, vai mexendo a massa muito
rápido sem parar até ela secar e torrar, ás vezes é preciso depois passar na
peneira novamente para ficar bastante fina. Normalmente a farinha não é
totalmente branca e sim um pouco creme esta é uma farinha legitima, mas tem
farinha bem amarela nesta é adicionada o açafrão para dar cor a farinha.
Assim é feito a
farinha de mandioca brava. Quanto ao ácido cianídrico, ele evaporou e a farinha
ficou saudável para o consumo.
A farinha de mesa é a mandioca prensada,
onde a massa é ralada, peneirada e torrada. Esta farinha é usada para pratos
como pirão, farofas e outros;
A goma é a fécula da mandioca, um pó fino
depositado no fundo, extraída da decantação do líquido residual do processo de
prensagem. Lavada duas vezes em um intervalo de 24 horas para reduzir a acidez
é usada para fazer a tapioca com recheios diversos e o tacacá;
A puba é a massa da mandioca lavada e
peneirada. É usada para fazer pé-de-moleque, mingau, bolo e outros;
O polvilho doce é goma duplamente lavada
que é seca sob o sol e peneirada. Os polvilhos doce e azedo são usados para
fins diversos, dentre eles biscoitos;
O polvilho azedo é a goma não lavada que
é seca sob o sol e peneirada.
O tucupi é a nata da mandioca, uma
gordura suspensa, extraída da decantação do líquido residual do processo de
prensagem. É usado no tacacá e nos pratos como base de cozimento do pato,
frango, caranguejo e outros;
A farinha da tapioca é a goma lavada, semi
seca, peneirada e que vai para o mesmo forno da farinha de mesa, só que com
temperatura alta e conforme torra forma flocos brancos e redondos. Usado para
fazer o cuscuz baiano, bolos e acompanha o açaí.
Observação: Entre
a goma e o tucupi fica um líquido claro que é eliminado no processo;
Até a próxima.
Rosana do Amaral.
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