PRÁTICAS DE PRODUÇÃO DE TEXTO
ATIVIDADE Nº 3
Existe outro tipo de pergunta. A que aprendemos na atividade precedente é uma pergunta total: atua sobre o ouvinte (ou leitor) exigindo dele uma informação a respeito da verdade ou da falsidade: ou sim ou não.
Segundo tipo de pergunta é uma pergunta parcial. Distingue-se a pergunta parcial da total em diversos pontos:
A pergunta total: Exige do segundo comunicante uma informação sobre a verdade ou falsidade; exige uma resposta sim ou não (só duas respostas são possíveis, já que a terceira e a quarta possibilidade de responder acabam dando em sim ou não — veja na atividade anterior).
A pergunta parcial: diferença: não pergunta a respeito de verdadeiro ou falso.
diferença: o primeiro comunicante sabe da notícia (do fato), mas desconhece uma parte dela (ou faz de conta que desconhece, para verificar se o outro sabe).
diferença: o período interrogativo parcial exige um vocábulo interrogativo, que são os seguintes em português: quem, que, qual, quanto, onde, como, quando.
diferença: na linguagem oral costuma começar em tom muito agudo e depois a voz vai descendo para mais grave.
diferença: as respostas são:
Ou algum (alguém) ou nenhum (ninguém).
EXEMPLO
– Quem lhe deu esse livro?
– Alguma pessoa (Alguém).
E então as possibilidades de resposta são inúmeras: meu pai, minha mãe, Antônio, Pedro, Pafúncio, Pancrácio, meu professor etc.
– Quem lhe deu esse livro?
– Ninguém.
E então não há outra possibilidade de resposta. (Vai ver: comprou o livro, achou ou roubou...).
Possibilidade de resposta:
– Não me lembro mais. (Não sei.)
E essa resposta equivale a alguém.
2º exemplo:
– Onde deixou o livro:
– Em algum lugar.
(No armário, na gaveta, sobre a mesa, na escola, com o colega etc.).
A outra resposta possível:
– Em nenhum lugar; pois, nem peguei o livro.
Conclusão:
O período interrogativo parcial se distingue completamente do período interrogativo total. O que há de comum entre ambos os períodos é que encerram uma pergunta e exigem do segundo comunicante uma determinada atuação, que ele responda, que ele dê a informação desejada (sem mentir, é claro). Embora os dois períodos sejam distintos, até na linguagem oral, isto é, nos tons de voz, é costume marcar tanto um quanto o outro em seu final com ponto de interrogação.
Exemplos de transformação de períodos declarativos em interrogativos parciais.
I. QUEM
O pedreiro rebocou o muro.
Quem rebocou o muro?
Nós honramos nossos pais.
A quem honramos nós?
O professor deu livros aos alunos.
A quem o professor deu livros?
Marina gostou de meu primo.
De quem Marina gostou?
Ele é o nosso professor.
Quem é ele?
João viajou com o pai para S. Paulo.
Com quem João viajou para S. Paulo?
II. QUE
Papel picado caía do alto das sacadas.
O que caía do alto das sacadas?
João disse a verdade ao pai.
O que João disse ao pai?
Os meninos gostaram do pudim.
Do que (de que) gostaram os meninos?
O rapaz é campeão de salto em distância.
O que é o rapaz?
O rapaz é inteligente.
O que é o rapaz?
Nós falávamos de futebol.
De que nós falávamos?
Ele não veio por preguiça.
Por que ele não veio?
Ele veio para a competição.
Para que ele veio?
Comprou este livro.
Que livro comprou?
Rasgou o cartaz vermelho.
Que cartaz rasgou?
Etc.
III. QUAL
Os livros são estes.
Quais são os livros?
Observação :
Além deste exemplo, é mais comum usar-se o quê:
Você falou com aqueles professores.
Com quais (que) professores você falou?
IV. QUANTO
Ele comprou cinco livros.
Quantos livros ele comprou?
Muitos alunos vieram à festa.
Quantos alunos vieram à festa?
V. ONDE
Ele estava na biblioteca.
Onde ele estava?
A família toda foi para a praia.
Para onde (Aonde) foi a família toda?
Veio de S. Paulo.
Donde (De onde) veio?
Veio pela BR 101.
Por onde veio?
VI. COMO
Ele fez o trabalho com o maior cuidado.
Como ele fez o trabalho?
Eles chegaram de Londrina de carro.
Como chegaram de Londrina?
VII. QUANDO
Papai volta amanhã.
Quando volta papai?
Ele trabalha até ao meio dia.
Até quando ele trabalha?
O menino está vendo televisão desde as duas horas.
Desde quando o menino está vendo televisão?
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